Oi!
Na edição de hoje, teremos pensamentos soltos, reflexões e conselhos ignoráveis. Os textos que ensaiei na corrida de ontem, nos banhos mais longos durante a semana e nas viagens diárias de transporte público não puderam se desenvolver de maneira apropriada - faltou tempo.
Ando trocando uma coisa pela outra e pela outra e pela outra, e, no andar da carruagem, o semestre se encerrará nesse ritmo. Paciência… uma hora melhora, ou apenas muda. Você deve saber como é.
- Correr é delicioso para ter ideias, arejar a mente, desapegar de ranços bobos e escrever livros inteiros sem poder registrar. Aconteceu ontem, poemas completinhos me apareceram enquanto esquivava de pedestres nas calçadas da Avenida Paulista. Não sei se consigo recuperá-los.
- Faz um tempo que ensaio escrever sobre inteligência artificial. Não exatamente sobre os chats e seus similares, mas sobre o nosso uso como ferramenta criativa, coisa que estou totalmente por fora porque jamais abri uma janelinha de IA. Entendi que minha vontade então é escrever sobre outra coisa e essa coisa ainda não me chegou.
- Participei dos primeiros eventos literários em 2025 apenas agora no mês de maio. Percebo que o ano demorou para engrenar aqui <dentro> e, ao mesmo tempo, já sinto um cansaço como se estivéssemos em agosto, sabe? Estar nesses eventos <acordaram> a escritora engajada na comunidade <escritoras>, mas algo em mim anda desconfortável, ainda incógnito. A ver.
- Reler O apanhador no campo de centeio me trouxe uma perspectiva fresca e divertida do controverso personagem Houlden Caulfield. O livro foi o escolhido para o Clube do livro Quem Quer Ler em maio e discutido ontem (24/05) pela manhã. Na primeira vez que li, tinha idade parecida com o protagonista narrador e lembro de me divertir, mas sem dúvida a releitura fez crescer a ironia e o alívio de não ser mais adolescente. Se tiver na estante, leia.
- Sinto que mudei <o rumo da prosa> na minha poesia. Gastei por décadas uma renca de versos com amores falidos, consumados, traumatizados, inventados. Parece que por ora, pelo menos no quesito do amor romântico, tirarei um sabático. Ou, em breve, morderei a língua.
- O incômodo generalizado com as questões problemáticas da nossa atualidade tem me feito cada vez mais olhar para o passado. Enfio a cara nos livros, ouço música nos deslocamentos pela cidade e tenho assistido a documentários no Youtube, mais especificamente sobre punk rock. O movimento nascido no final dos anos 1970 e que ainda ressoa quarenta anos depois pode nos dar saídas sobre a ameaça da escassez (em muitos aspectos): criação de comunidade, faça-você-mesmo e seja quem você quiser.
- É possível escrever sobre si sem escrever em seu próprio nome. Em A trilha dos ninhos de aranha, Italo Calvino retoma sua experiência como partigiano - resistência italiana contra o avanço do nazismo - através da história de Pin, um menino abandonado à própria sorte em busca de sobreviver no mundo adulto destruído pela guerra. Leitura rápida, bonita e inesquecível. Respondendo antes que me perguntem: não, ainda não li o livro do burburinho literário. Aceito de presente para resenhar.
- Minha atual paixão em pesquisa é a tradução literária. Ainda muito iniciante como pesquisadora e profissional na área, percebi ontem na corrida (rendeu demais esse final de semana!) que meu interesse começou faz tempo. Desde as aulas de inglês na época da escola, no começo do ensino fundamental II, traduzir músicas era uma das atividades favoritas para o aprendizado da língua. Na era dos blogs, admirava as traduções de
para músicas da Madonna e escritos de Susan Sontag. Ano passado li Viver e traduzir da Laura Wittner, me apaixonei pela autora e pelo ofício e decidi seguir, ainda não sei como, esse caminho.- Demorei para frequentar eventos literários esse ano, como falei ali em cima. E esqueci de comentar que em duas ocasiões fui reconhecida como autora dessa newsletter. Não sei direito a dimensão disso, parte de mim ficou emocionada, sem graça e tímida. Parte de mim vibra e alivia as dúvidas que vem pairando como nuvens carregadas em minha cabeça. Não sei a dimensão, mas agradeço a oportunidade de ser lida.
- Por último, dois fatos aleatórios sobre mim: sou flamenguista e assisto fórmula 1, torcendo sempre contra o Max Verstappen. Então hoje, dia 25 de maio, foi um bom domingo!
Drops
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um abraço,
paulamaria.
adoreiii esse formato e suas notas rápidas rsrs obrigada pela partilha <3
Sobre mudar o rumo da prosa ainda espero rs. Amei as notas.